Assembleia Legislativa digitaliza acervo e preserva o acesso à memória histórica

A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) deu início a um projeto inovador que visa preservar sua memória histórica e democratizar o acesso ao seu acervo documental. A digitalização de documentos, iniciada em novembro de 2024, é uma etapa crucial para garantir que registros históricos sejam conservados e estejam disponíveis de maneira acessível para toda a sociedade capixaba.
De acordo com Michel Caldeira de Souza, responsável pelo projeto e especialista em organização arquivística, a digitalização vai além da preservação física. “Ao digitalizar o acervo, conseguimos proteger documentos históricos de deterioração e promover a difusão do conhecimento, tornando esses registros mais acessíveis para pesquisadores e cidadãos”, afirma.


O projeto enfrenta desafios consideráveis devido à fragilidade e complexidade dos documentos históricos, muitos deles datados entre 1835 e 1930. Segundo Michel, um dos principais obstáculos é compreender a lógica de acumulação e organização original dos documentos, perdida ao longo dos anos. Além disso, é necessário lidar com a leitura paleográfica de manuscritos antigos e com a conservação de materiais em condições precárias.


Para garantir um trabalho eficiente, o projeto adota critérios rigorosos na escolha do que será digitalizado. Documentos permanentes, com valor histórico e probatório, têm prioridade no processo. A digitalização segue as normativas do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) e utiliza tecnologias específicas, como scanners planetários, que minimizam os riscos de danos físicos aos materiais originais.
O acesso público aos documentos digitalizados é um dos pilares do projeto. “A digitalização, quando associada a uma política de difusão documental, amplia e democratiza o acesso aos registros históricos, permitindo que qualquer pessoa, de pesquisadores a cidadãos comuns, possam conhecer e estudar nossa história”, explica Michel.


Com previsão de conclusão em abril de 2025, o projeto também inclui a descrição detalhada dos documentos, um processo que facilitará a consulta e compreensão do conteúdo. Após essa etapa, há planos para integrar a iniciativa com outras políticas de preservação digital no estado, ampliando o impacto do trabalho.


Entre os principais benefícios esperados, destacam-se a democratização do acervo, a acessibilidade aos documentos históricos e a aproximação entre a Assembleia Legislativa e a sociedade capixaba. Michel ressalta que o projeto não apenas preserva a memória do Espírito Santo, mas também contribui para políticas públicas voltadas à preservação documental.


A digitalização do acervo da Ales representa um avanço significativo na gestão de patrimônio histórico, aproximando o passado da sociedade contemporânea. Ao final, o projeto não apenas garante a preservação de documentos inestimáveis, mas também reforça o compromisso da Assembleia com a transparência e a democratização do acesso à informação.